segunda-feira, outubro 28, 2019

Fratura na Frente Popular pode estimular o surgimento de uma nova coalizão


Desde o ano de 2007, o estado de Pernambuco é governado pelo PSB, quando foi eleito o ex-governador Eduardo Campos. Após 8 anos de mandato, ele indicou o atual governador Paulo Câmara, do mesmo partido, também eleito por duas vezes. Em 2010, Eduardo enfrentou o ex-governador Jarbas Vasconcelos (MDB) pela reeleição. Muitos apostavam que Eduardo seria derrotado devido à grande aprovação de Jarbas quando governador, mas o que ocorreu foi a vitória do socialista com mais de 80% dos votos válidos. Em 2014, Paulo Câmara enfrentou o ex-senador Armando Monteiro Neto (PTB), que vinha com apoio da presidente Dilma (PT), do ex-prefeito do Recife João da Costa e do senador Humberto Costa (PT), mas venceu os adversários no embalo da morte de Eduardo Campos, pela ampla frente política organizada em torno de si e pela falta de consistência montada na oposição. Em 2018, novamente Paulo enfrentou Armando na disputa pelo governo e mais uma vez saiu vitorioso. No entanto, a vida em 2022 pode não ser assim tão fácil.
Ao eleger 10 deputados estaduais e receber a adesão de Fabrizio Ferraz, o Progressitas acabou falando grosso nas articulações estaduais e deve repetir o feito em 2020, quando pretende lançar cerca de 80 candidatos, de acordo com o presidente estadual da legenda, deputado federal Eduardo da Fonte (PP). Já são dadas como certas candidaturas nas cidades de Camaragibe, Cabo de Santo Agostinho, Macaparana, Machados, Caruaru, Cupira, Itaquitinga, Paulista, Jaboatão, Passira, Timbaúba, Santa Cruz do Capibaribe, João Alfredo, Cumaru, Iati, Águas Belas, Garanhuns, Calçado, Condado, Ribeirão, Taquaritinga do Norte, Afogados da Ingazeira, Itaíba, Pesqueira, Itamaracá, Limoeiro, Primavera, Sirinhaém, Gameleira, Carnaubeira da Penha, Goiana, Cortês, Araçoiaba, Aliança, Catende, Bom Jardim, Belém de São Francisco, Ibimirim e Bom Conselho, além de outras que estão sendo articuladas pelos deputados de mandato e por lideranças locais. Se atingir a meta de lançar 80 candidatos, há chances reais de eleger ao menos 30 deles, o que automaticamente configuraria o PP como a segunda legenda a fazer mais prefeitos, atrás apenas do PSB do governador.
O MDB, estremecido com o Palácio desde o apaziguamento de forças entre os senadores Jarbas Vasconcelos e Fernando Bezerra Coelho também pretende lançar muitos candidatos a prefeito. Em 2016, foram eleitos 17, sob o comando de Jarbas e do deputado federal Raul Henry e este número deve se ampliar agora com os reforços trazidos por Bezerra Coelho.
Ainda não há sinais claros de rompimento, mas, em havendo resultados expressivos do PP, o nome de Eduardo da Fonte deverá ser automaticamente projetado para disputas majoritárias no estado. E partidos escanteados pelo xadrez estadual, cujos líderes se sentiram magoados com o governador, podem gravitar em torno deste projeto, como o PSD e o AVANTE. Em 2016, o PSD elegeu 17 prefeitos, mas conseguiu a adesão de mais 3 oriundos do antigo PR. Já o AVANTE, agora sob o comando do deputado federal Sebastião Oliveira, deve receber vários prefeitos e pretensos candidatos em todas as partes de Pernambuco. Somente estas 3 siglas já agregariam um terço das prefeituras do estado, suficientes para endossar no mínimo uma candidatura a senador. Somando-se ao MDB, pode ocorrer a consolidação de um grupo político robusto e, pela primeira vez desde 2006, com chances reais de enfrentar o governo do estado.
De fato, o PP ainda está afinado com o PSB, mas tudo indica que os progressistas devem ganhar ainda mais capital político no estado, consolidando-se como fiel da balança em 2022 e ajudando na vitória de qual lado pender. (Do Blog Ponto de Vista)

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Blog do Paixão

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